CARNE URBANA
Carne Urbana é um projeto autoral de fotografia de rua. Comecei a fotografar o Centro da capital mineira em 2014 e o Instagram @carneurbana acumula mais de 1.000 fotografias de teor cômico, trágico, inusitado e cotidiano.
Carne Urbana é um recorte local urbano, mas também há registros em outras cidades do país como São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Brasília e interior de Minas Gerais.
O projeto Carne Urbana rendeu exposições, palestras e workshops em Belo Horizonte, além de entrevistas e um videoclipe.
VIVA A RUA
Existe poesia na vida simples, nas atitudes mais cotidianas. Não é rara e não está escondida, pelo contrário, de tão explícita virou paisagem para nossas lentes acostumadas.
Registrar tais momentos precede o desenvolvimento de uma técnica particular, o exercício da ousadia, uma dose de sorte e, acima de tudo, imersão.
Carne Urbana é uma coleção de flagrantes que convida a notar os personagens que transitam pelo espaço público e o fazem vivo.
There is poetry in simple life, in the most routine of attitudes. It is not rare and it is not hidden, on the contrary, it is so explicit that it becomes the landscape for accustomed lenses. To register such moments requires the development of a particular kind of technique, an exercise of daring, a dose of luck and, above all, immersion. Carne Urbana (Urban Flesh) is a collection of moments and an invitation to notice those characters that travel through the public space, bringing it to life.
RELEASE
Quando o invisível busca sua expressão, quando a arte pressiona o silêncio para que fale, perdemos a autodefesa rumo a menos passividade. É assim que o fotógrafo Alexandre Biciati, através de um gesto, nos instiga a enxergar uma civilizada hipocrisia. Mesmo que ninguém possa afirmar sobre o que o impulsiona a atravessar os centros urbanos a fim desta captura do cotidiano, é possível reconhecer o jogo que ele faz com quem está diante da sua fotografia. Não existe truque capaz de desfazer o êxtase que experimentamos diante de um mundo que colapsa e estranhamente nos encanta. A indecência da sua lente registra minutos do caos num segundo de poesia. A luz, ou a falta dela, denota um olhar que transcende as subjetividades para falar do que é objetivo: o anônimo, o desconhecido, o sorriso com marcas e cicatrizes.
Um mineiro de Itabira, que cresceu na beleza do pertencimento próprio de quem nasce no interior de Minas, nos convida às ruas para um diálogo que toca a pele - onde há existência, nota-se. Imagens que falam da causalidade, das circunstâncias e da composição de um mundo que não confunde o mutismo com o estar surdo. Em algumas fotos ele coloca o seu instinto, noutras, o afeto. Neste desnudamento, as duas coisas contam daquilo que ele desfruta na arte: a sensibilidade de provocar uma revolução imperceptível que nos desperte do medíocre.
Não importa como ele conta aquilo que vê, mas se vê nesta proposta, um exorcismo de ambiguidades. A cada imagem mescla-se o lamento e a exaltação, a presença e a ausência, o calor humano e a mancha de sangue das mortes indigentes. A sua autenticidade revela também uma personalidade que transita no interior de si mesmo, ora num papel de rendição aos contrastes de sua inquietação frente as cenas bucólicas das cidades pequenas, ora numa reflexão apaziguadora frente a agonia das grandes metrópoles. Neste intramuros ele faz contornos que dão alguma voz à dor de existir de quem busca intimidade para essa dissolução do tempo. O seu trabalho é coletivo, pois demanda um improvável vínculo que o une a quem o observa.
Carla Bicalho, psicóloga
VIDEOCLIPE
Em 2020 fui presenteado com uma composição de Lucas Mileib da banda de indie-folk Midnight Mocca. "Soul of the Street" foi inspirada no Carne Urbana e virou um videoclip para o qual cedi o acervo do projeto. O resultado é um lyric video que retrata muito bem a filosofia da fotografia de rua. Um presente que guardo com muito carinho e tenho o prazer de compartilhar contigo.
WORKSHOP
O Workshop Carne Urbana é um curso de imersão em fotografia de rua onde compartilho minhas experiências, técnicas, referências e boas práticas. É dividido em dois dias de atividade, sendo, aula teórica e aula prática com análise dos resultados.
Na aula teórica estudamos os principais fotógrafos de rua, tanto da era analógica quanto contemporâneos; aprendemos sobre direito de imagem e os riscos envolvidos; falamos sobre equipamentos e configurações para melhor captura; aprendemos ainda as possibilidades criativas e como construir uma identidade dentro da fotografia de rua; compartilho meu processo particular e conto histórias das minhas melhores fotos.
Já na prática, os alunos vão a campo produzir um ensaio espontâneo que será classificado, editado e analisado coletivamente. O trabalho ainda pode resultar num produto definido previamente podendo ser um fotolivro, uma exposição coletiva ou uma oficina de lambe-lambe.
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